LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

17 de outubro de 2011

Tragédia em Vera Cruz – Como lidar com a morte


 





 
















87 pessoas foram envolvidas na tragédia em decorrência direta e indireta ao acidente que matou quatro e deixou mais de 20 feridos. De acordo com a Secretaria de Saúde de Vera Cruz, a Unidade de Pronto Atendimento de Mar Grande (UPA) acolheu 24 pessoas e o Hospital Geral de Itaparica (HGI), 63 pacientes, entre vítimas e familiares que passaram mal na confusão. Dezesseis foram transferidos para o Hospital Geral do Estado (HGE) e um enfermo para o Hospital do Subúrbio, ambos em Salvador. O Prefeito de Vera Cruz, Antônio Magno, decretou luto oficial de três dias por causa da tragédia. “Lamento profundamente o que aconteceu em Gameleira com crianças indefesas e com todas as famílias envolvidas. Nunca ocorreu nada parecido em nosso município. Estamos, todos, comovidos com essa tragédia”, afirmou. O gestor agradeceu ainda aos profissionais do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e os homens do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (GRAER), pela prontidão ao atendimento às vítimas. "O nosso reconhecimento a eles e nosso muito obrigado", exaltou.



Como lidar com a morte

Certas coisas acontecem em nossa vidas, que não entendemos o porquê? Constantemente as coisas estão acontecendo e de repente, alguém que amamos morre. Como lidar com a perda no ambiente escolar? Como discutir estas questões educacionalmente com as crianças? 

Segunda a psicóloga Luciane Sauthier de Porto Alegre, a morte é considerada a mais difícil de todas as perdas, pois a Morte é a ruptura de um vínculo que não tem mais retorno. Mesmo que a pessoa tenha crenças religiosas que fortaleçam a idéia de reencontrar a pessoa perdida, o que é considerado em muitos casos importante e saudável para haver conforto emocional. Esse reencontro no nível terreno não é mais possível, e a vida deve ser reestruturada sem a presença dessa pessoa.

Para a psicóloga Sauthier as fases que freqüentemente vivencia-se após uma perda são: primeira, entorpecimento; é o momento do choque, ocorre uma espécie de torpor, e há uma descrença e uma negação da perda ocorrida. Segunda, anseio e protesto; há a tentativa de recuperação do que fora perdido. Nessa fase, destacam-se os sentimentos de inquietação e de raiva. Terceira, desespero. Ocorre o reconhecimento da perda e a imutabilidade dessa. A pessoa fica desmotivada, apática, e com sinais expressivos de depressão. Quarta fase: recuperação e restituição. A tristeza profunda se mescla com os sentimentos mais positivos, ocorrendo tolerância e aceitação dos fatos.

Segundo Morin (1997), é nas atitudes e crenças diante da morte que o homem exprime o que a vida tem de mais fundamental. A morte, segundo o mesmo autor, permanece como um grande mistério para o homem. Este prefere ignorá-la ou contemplá-la, por vezes, indo ao seu encontro.

Bromberg (1998) chama a atenção para a forma que nos comunicamos com as crianças. Ao se comunicar com uma criança sobre a morte de alguém, o uso de certas expressões pode confundi-la. Expressões como “afinal, descansou” pode levar a criança a pensar que, se a pessoa dormir e descansar poderá voltar.

Para Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira ao se falar de morte, inevitavelmente, o tema nos conduz ao processo do luto, que se refere ao conjunto de reações diante de uma perda. Lembramos que existem mortes e processos de luto por ausências, separações e vivência de desamparo. O processo de luto se dará diferentemente. Quanto maior o investimento afetivo, tanto maior a energia necessária para o desligamento. 

Lívia Valin, afirma que é preciso demonstrar, que, como a criança, você também está sofrendo e sente saudades. Deixe que a criança fale sobre seus sentimentos e, acima de tudo, dê apoio e acolhimento. Garanta que ela nunca estará sozinha e sempre haverá alguém para cuidar dela. Isso porque o ente que se foi pode ser um dos pais ou o pequeno pode começar a pensar na mortalidade deles.

“Não exclua as crianças das conversas, da tristeza. Ouça o que elas têm pra falar ou peça para que desenhem o que estão sentindo”,

É natural que os pequenos apresentem mudanças de comportamento depois que recebem a notícia da morte de alguém com quem convivem. Além do choro e da raiva, alguns começam a ir mal na escola, ficam hiperativos ou fazem xixi na cama. É importante que a criança sinta que tem o apoio e a atenção dos colegas e dos professores.

Como acontece com os adultos, a memória afetiva nunca vai desaparecer. Mas, depois de certo tempo, acontece o chamado luto saudável, quando se percebe que é possível se lembrar do ente querido de forma leve e sem sofrimento.


Fonte: 



Nenhum comentário:

Comentário