As Redes Sociais tem crescido no mundo inteiro, fazendo parte diretamente da vida de inúmeras pessoas. No Brasil percebe-se claramente o crescimento e o acesso as Redes Sociais, por todas as camadas da sociedade.
Observe a utilização das Redes Sociais em 2010
• 152 milhões é o número de blogs;
• 25 bilhões de tweets;
• 100 milhões de novas contas no Twitter;
• 175 milhões de contas só depois de setembro;
• 600 milhões de pessoas no Facebook;
• 250 novas contas no Facebook;
• 30 bilhões foi o número de conteúdo compartilhado no Facebook (links, fotos, status);
• 70% dos usuários do Facebook estão fora dos Estados Unidos;
• 20 milhões de aplicativos para o Facebook foram instalados por dia;
De que forma, as Redes Sociais, como tecnologia digital, podem facilitar o processo de aprendizagem, e até que ponto os nossos alunos e professores percebem a necessidade das redes sociais estarem atreladas ao contexto educacional? O que pensam os professores e alunos sobre a utilização didática das redes sociais no contexto educacional e quais as dificuldades para a utilização das Redes Sociais no contexto educacional encontradas pelos professores e alunos?
A globalização tem afetado de muitas formas o contexto educacional, principalmente através das redes sociais e das novas tecnologias. Segundo Manuel Castels (1999, p. 21), as mudanças ocorridas com o advento da Internet estão remodelando a base material da sociedade em ritmo acelerado, promovendo uma interdependência global no que se refere à economia, o Estado e a sociedade. Estas mudanças tem um papel fundamental na escola, porém percebe-se que a escola, mesmo com todas estas mudanças ainda continua longe de todas estas tecnologias e avanços.
Pierre Lévy (1993), na obra “Tecnologias da Inteligência”, trata do assunto das novas tecnologias e do papel das tecnologias da informação mutantes, é importante, pois vivemos num ciberespaço que quase não se distingue mais do coletivo cosmopolita. A Relevância social deste projeto configura-se justamente no pensamento que estamos vivendo em um mundo em rede, conectados uns com os outros, e esta conectividade faz parte hoje do mundo contemporâneo. E interatividade, virtualidade e conectividade não pode ficar fora de uma escola que pretende discutir uma educação contemporânea.
Para Martinho (2004), o potencial da rede está na capacidade de gerar conexão. A densidade da rede não está relacionada diretamente ao número de pontos que a constituem, mas à quantidade de conexões que esses pontos estabelecem entre si. Esse é o aspecto mais importante e parece provar que a capacidade da rede ultrapassa em muito a mera soma de seus elementos.
Estar em rede significa ser capaz de fazer uso da capacidade de ser sujeito, de sugerir mudanças, administrar complexidades e incentivar a articulação, o fortalecimento e, se necessário, a (re) construção contínua das redes. (ROCHA, 2005, p. 3)
Pensar e discutir sobre as redes sociais no contexto educacional é proporcionar a reflexibilidade de novas formas de enfrentar os desafios e possibilidades didáticas da educação na contemporaneidade. Desta forma acredito que identificar as dificuldades da utilização das redes virtuais no contexto educacional poderá servir de base para novas pesquisas, além de proporcionar a elaboração de uma proposta pedagógica para a utilização das novas tecnologias. Como os professores podem utilizar as redes sociais e promover o desenvolvimento intelectual e aprendizado significativo no ambiente virtual?
Segundo o professor e pesquisador Arnoud Soares de Lima (2009) a utilização das novas tecnologias na educação, vai além de compreender o enfoque cientifico, não basta também saber operar os suportes materiais, mas funcionar criticamente, transformando, sendo transformado, ser criativo na presença e na ausência dos suportes de comunicação e informação. ( LIMA JR. 2009, p 19)
Bernard Charlot (1992, p 20) afirma que o professor deve, agora, pensar de modo, ao mesmo tempo, “global” e “local”. Há de preparar os seus alunos para uma sociedade globalizada e, também, de “ligar a escola à comunidade”. Esse global, o professor encontra Primeiro, o acesso fácil a inumeráveis informações, graças à Internet, faz com que o docente já não seja para o aluno, como foi outrora, a única, nem sequer a principal fonte de informações sobre o mundo. (CHARLOT 1992, p 20)
Para Lyn Alves (1992) o crescimento do ensino on-line no Brasil vai é marcado pela necessidade de formação inicial e permanente dos professores que atuam principalmente na rede pública. A escola e o professor não podem ficar fora do contexto tecnológico.
Segundo Demo (1993, p. 174),
O perfil do professor moderno apresenta-se muito diferente do usual entre nós. Tratando-se do profissional dos profissionais, no sentido de que constrói os fundamentos de todo e qualquer perfil profissional, seria o caso merecer devida valorização sócio-econômica, além de preparação acadêmica primorosa, também para representar uma prova de cidadania (DEMO, 1993, p 174).
Desta forma, pensar a utilização das redes sociais no contexto educacional é importante, pois percebemos o avanço das tecnologias na educação, porém o conflito dos educadores é justamente este: como utilizar toda essa interatividade, conectividade e globalização no contexto educacional?
Referencia Bibliográfica
AMORIM, Antonio; LIMA Arnaud Soares Jr; MENEZES Jaci Maria Ferraz. Educação e contemporaneidade processos e metamorfoses. Rio de Janeiro: Quartet, 2009
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede - A era da informação: economia,
sociedade e cultura; v. 1, 3a. Editora São Paulo, Paz e Terra, 1999.
CHARLOT, Bernard. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição. Revista da FAEEBA: Educação e contemporaneidade / Universidade do
Estado da Bahia,– v. 1, n. 1 (jan./jun.,1992) - Salvador: UNEB, 1992.
COSTA, Marisa Vorraber. A escola tem futuro?2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
LÉVY, Pierre - A inteligência Coletiva - por uma antropologia do ciberespaço.
Edições Loyola, São Paulo , 1999.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Ed. 34, 1993.
_____. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
MARCONI, M. A. e LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 1982.
MARTINHO, Cássio e COSTA, Larissa (coord.) Redes: Uma introdução às
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<http://www.wwf.org.br/publicacoes/download/livro_ea_redes/index.htm> Acesso em
outubro de 2004.
ROCHA, Cristianne, Maria Farner. As redes em saúde: entre limites e possibilidades,2005. Disponível em: http://www.opas.org.br/rh/admin/documentos/Estar_em_rede.pdf. Acesso em: 27 Jul. 2009.
SOUZA, Antonio Carlo; ALVES, Lynn.Objetos digitais de aprendizagem: tecnologia e educação. Revista da FAEEBA / Universidade do Estado da Bahia, v. 1, n. 1 (jan./jun., 1992) - Salvador: UNEB, 1992.