Em pleno século XXI, em um
estado que se diz democrático, com um governo eleito pelo povo, deixar o
próprio povo viver esta situação de calamidade pública: sem professor não temos
aula, sem aulas não temos ensino, sem ensino ficamos sem conhecimento. E quem
esta se importando com esta situação? O governador da Bahia? De que forma?
Como?
Educação não se faz com
contratação de professores sem formação para fugir das negociações e pagar o
que é de direito ao educador. Nós educadores trabalhamos com educação como
profissionais, pois o exercício na nossa profissão não é uma vocação, ou um
chamado divino que possamos realizar com as forças espirituais sem condições
financeiras, físicas e estrutura necessária.
Educação é um ato político e
ideológico. Educação é poder para transformação de vidas. Educação é fonte de
valores humanos e esperança. Não se faz educação sem planejamento, sem
organização didática, sem formação acadêmica e sistematização. A escola não
surge em uma comunidade do nada e os alunos não estão na escola para nada.
Estamos vivendo momentos singular nesta greve, onde não só os
professores estão se mobilizando, como a mídia, os artísticas, os alunos, a
sociedade civil como um todo, que fico pensando que vale a pena ser professor,
e que professor não ganha pouco, não é um coitadinho, porém deve ganhar melhor, merece respeito,
valor e dignidade.
No site do Sindicato Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia a professora Carmen Lúcia S. Barbosa, afirma que na atual conjuntura, o descaso pela educação tem sido gritante no governo Wagner. A prioridade, no momento, na Bahia e no Brasil está voltada ao esporte, de modo particular, na Bahia, com a construção do estádio da Fonte Nova, em Salvador, o qual consome verdadeira fortuna que representa muito para o nosso estado. Creio que se houvesse uma grande reforma política econômica e cultural, a nossa realidade seria bem diferente. Candidatos a cargos políticos deveriam provar através da sua conduta idoneidade moral e honestidade, comprometendo-se a colocar os interesses da coletividade acima dos interesses pessoais. Os políticos deveriam ser proibidos de votarem seus próprios salários.
Já na Ilha de Itaparica-Bahia, um
grupo de alunos utilizando as redes sociais, mobilizaram-se criando uma paródia
da música as “Empreguedes” da novela Cheias de Charmes. O Vídeo das alunas
Bruna Moreira, Isabele Alcântara e Jamile Moreira, chegou a ser ameaçado de ser
retirado do youtube, e já esta com mais de 100 mil acessos."Queria o governador aqui no meu lugar. Eu ia rir de me acabar. Só vendo
seus fihinhos aqui no meu lugar...", cantam as estudantes, no vídeo 'As
Estudetes - Vida de Estudete'. E isso não para por
ai, o mesmo grupo de alunos, agora estão mais fortes. Circula pelo FACEBOOK,
textos e mensagens de colaboração a greve dos professores e a reivindicação por
uma educação de qualidade. Os alunos querem aula. "Estamos nos mobilizando, através dos meios virtuais, para mostrar que
estudantes, pais e professores estamos indignados com esta situação e exigimos
do governo uma solução rápida e eficiente, uma vez que é incalculável o
prejuízo intelectual imposto aos jovens e crianças da Bahia".
Uma das alunas escreveu este
texto em sua página no FACEBOOK: “Vamos agir... não vamos roubar ninguém, não
vamos abusar da dignidade de ninguém... não vamos xingar ninguém, não vamos
ficar do lado de partido nenhum, candidato nenhum... (nosso movimento virtual é
politizado e não partidarizado... ok?) e não vamos ficar passando necessidades,
dando tiro no pé, lutando com armas em que o governo é mais forte... (uma delas é a grana, ele tem bastante p fazer
propaganda e nós não aguentamos nem um mês de corte de salário, eu bem o
sei.)... vamos apenas fazer o que SOMOS BONS FAZENDO...e TODOS os professores
são bons das IDÉIAS. (olha essa nossa tem dado mto resultado e no começo, só
éramos umas 10 pessoas imaginando q daria certo numa sala do Jutahy.. agora
temos milhares de pessoas sabendo q não estamos parados nem contentes com a
situação).
Em uma carta aberta, Associação de Mães e Pais de Alunas e Alunos
do
Colégio Estadual Raphael Serravalle,
ressalta que a indignação
dos pais e mães de alunos – sem aulas há dois meses – não é com os professores,
como sugere o governador. Ao contrário, tal indignação é com o governo Wagner e
com seu vassalo, o incompetente secretário da educação, Prof. Osvaldo Barreto.
Uma pesquisa realizada em
2012, pela Central Única dos Trabalhadores ( CUT) e pela Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação revela o ranking
das redes estaduais de educação do Brasil, em relação ao salário dos professores, em
primeiro lugar esta o Estado de Roraima pagando R$ 4.047,49 por 40 horas. Já a Bahia
esta em 15º pagando 1.981,20 por 40 horas.
A
preocupação com a situação da greve é geral, os alunos querem aula, querem a
escola, querem os professores. Querem passar de ano, querem um futuro melhor e
parece que tudo isso vai gerando uma falta de esperança, de credibilidade na
educação. Estou lendo textos e mensagens de todos os lugares, criticas em
diversos blogs e sites. Os movimentos sociais hoje possuem como aliado a
internet e as redes sociais que facilitam a comunicação. Estamos todos angustiados
com esta situação em nosso estado, porém como falava o poeta Fernando Pessoa “tudo
vale a pena quando a alma não é pequena”. A luta continua por uma educação de
qualidade e por profissionais, com melhores condições de trabalho.
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