Parâmetros Curriculares da França
O Ministério da Educação da França constituiu em 1996 o Observatório Nacional da Leitura com a função de subsidiar a política educacional. Este observatório apresentou um relatório em que deixa claro que, embora a compreensão e a produção da fala desenvolvam-se naturalmente em crianças ouvintes expostas à língua falada, a leitura e a escrita não se desenvolvem naturalmente pela exposição a textos.
Para o desenvolvimento da leitura e da escrita requer instruções especificas.
O relatório francês estabelece distinções entre o aprender a ler e saber ler. O comportamento de um leitor não nos fornece diretamente informações sobre a maneira pela qual aprendemos a ler. Observando um leitor, seu comportamento parece tão natural aprendemos a ler elucidando conscientemente as regras convencionais que regem o código escrito, e a composição alfabética das palavras nas relações com composição fônica.
Outra distinção é entre ler e compreender. O objetivo da leitura de um texto é a compreensão, porém, ler não é sinônimo de compreender. De um lado como compreendemos a fala, há formas de compreensão que ultrapassam a leitura. As regras principais de linguagem oral regem também a linguagem escrita.
O relatório francês explica como o método ideovisual (global) ao ensino da leitura e escrita, preconizado pelo construtivismo, prejudica o desenvolvimento das capacidades de leitura. Ao privar a criança das necessárias instruções preparatória fônica e metafonológicas, ao impingir textos complexos antes que as crianças sejam capazes de decodificá-los. Os PCNs brasileiro é contrario ao relatório do Observatório Francês.
Os resultados do Pisa mostram que os alunos brasileiros foram classificados em último lugar por “lerem” no texto o que bem (ou mal) entendiam em vez de lerem o que estava efetivamente escrito.
Os parâmetros franceses explicam que o método global ou ideovisual não funciona: entre a composição de uma palavra e o seu significado, há uma relação que os lingüistas classificam como arbitrária.A relação entre a forma ortográfica da palavra e o seu significado também é arbitrária. Uma criança não pode descobrir espontaneamente o significado de uma palavra escrita. Nos seus primeiros contatos iniciais com as palavras escritas, ela aprenderá a identificar algumas delas pelo comprimento, contorno ou outras características visuais. Mas ela logo se dá conta que tais critérios são insuficientes. Podemos pensar que cada palavra escrita é objeto de uma “convenção” que emparelha, arbitrariamente, um material ortográfico específico a um significado específico, mas é preciso lembrar que a língua escrita é um “código derivado” da língua falada. o nosso sistema de escrita é o princípio alfabético, que corresponde ao fato de que os caracteres correspondem isoladamente ou em seqüência, a entidades fonológicas abstratas que chamamos de fonema.
O relatório francês aborda ainda a questão dos métodos de ensino de leitura e de acompanhamento escolar da criança e analisa as condições necessárias para uma aprendizagem da leitura e da escrita.
A tarefa crucial da alfabetização consiste na identificação (decodificação e reconhecimento) das palavras escritas. Para que as crianças consigam realizar a identificação das palavras e a compreensão dos textos, as competências mais importantes são:A descoberta do princípio alfabético, que é fundamento do sistema de escrita do mundo ocidental;O conhecimento das correspondências regulares entre os grafemas e os fonemas;O uso da decodificação grafofonêmica.
Quando a criança descobre o princípio alfabético e se torna capaz de decodificar, de ler matérias escritos em que geral envolvendo aquelas relações. Tais materiais não se restringem apenas a palavras conhecidas, mais palavras novas e pseudopalavras.
O relatório aprender a ler do governo francês ressalta a necessidade de combinar, na sala de aula, o domínio da decodificação grafofonêmica com o trabalho de construção do significado.
Uma criança para descobrir o principio alfabético e compreender como funciona o código alfabético, ela precisa ser levada a manipular segmentos curtos, para que tome consciência da diversidade das formas de textos.
Segundo o relatório francês, os PCNs brasileiro diferem radicalmente.
O relatório aprender a ler, relata que o sucesso ou fracasso na identificação de palavras durante a leitura não tem nada a ver com um jogo de adivinhação a partir do contexto, mas apenas com o domínio ou não do código grafofonêmico.
Conforme a criança vai aprendendo a ler por decodificação grafofonêmica e encontrando as mesmas palavras escritas, aos poucos vai se constituindo um léxico mental ortográfico em que a forma da palavra escrita torna-se associada diretamente ao significado correspondente.
O Observatório Nacional da Leitura da França faz uma afirmação precisa e contundente a respeito dos métodos de alfabetização.
É indispensável que se ultrapasse a distinção esquemática entre métodos globais, métodos semiglobais e métodos silábicos. Em realidade, atualmente há apenas duas concepções de aprendizagem de leitura:Concepção fônica: em que se reconhece que é preciso ensinar de modo explícito com as correlações entre os componentes do código ortográfico e as unidades fonológicas correspondente.Concepção ideovisual: em que se pensa que a criança deva ser levada a formar hipóteses, a partir do contexto, sobre as palavras que constituem uma frase ou um texto e, em seguida, a memorizar a forma visual das palavras.
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