Parâmetros Curriculares da Grã-Bretanha
Um movimento semelhante ao dos Estados Unidos foi observado na Grã-Bretanha. Após estudos sistemáticos e aprofundados os pesquisadores e educadores britânicos perceberam que, com o método global de leitura a partir de textos e palavras inteiras, as crianças não estavam aprendendo tão bem quanto com o método fônico. A partir desta constatação, houve um retorno definido ao ensino fônico explicito e sistemático.
Desde então, as avaliações de leitura têm revelado que os desempenhos têm se elevado significativamente e sistematicamente bem acima da média nacional. Como conseqüência, o governo determinou, em seu Currículo Nacional para o Inglês, que as instruções fônicas sejam novamente incorporadas ao Currículo Nacional britânico.
O Departamento Britânico de Educação e Empregos publicou em 2000, o documento intitulado Alfabetização, estabelecendo as diretrizes da educação britânica. De acordo com a publicação, uma criança básica (1ª e 2ª série), deve ser capaz de: Ler e escrever com confiança, fluência e compreensão; Dominar uma grande quantidade de pistas de leitura (fônicas, gráficas, sintáticas e contextuais) de modo a monitorar a sua leitura e corrigir os seus próprios erros; Entender o sistema de sons da escrita e fazer uso dele para ler e escrever com precisão; Ter letra fluente e legível; Ter interesse pelas palavras e seus significados e demonstrar um vocabulário crescente; conhecer diferentes gêneros como ficção e poesia, ter boa compreensão deles e ser capaz de escrever nesses diferentes gêneros, além de compreender e estar familiarizada com algumas das formas pelas quais as narrativas são estruturadas usando idéias literárias básicas como contexto, personagem e enredo; Entender textos variados de não-ficção, fazer uso deles e ser capaz de escrever tais textos; Planejar, traçar, revisar e editar a sua própria escrita; Ter um vocabulário técnico satisfatório por meio do qual possa entender e discutir a sua leitura e escrita. Interessar-se por livros, ler com prazer, avaliar e justificar as suas preferência; Desenvolver suas habilidades de imaginação, inventividade e consciência crítica por meio da leitura e da escrita.
Segundo as diretrizes do governo, para que os alunos consigam realizar tais atividades, é essencial que os professores ensinem as habilidades básicas de decodificação (leitura) e de codificação (escrita) desde o inicio da alfabetização, e que estruturem o ensino em três níveis sucessivos: a palavra, a sentença e o texto, sempre com grau de dificuldade, monitorado para crescer gradualmente em termos de complexidade das relações grafema-fonema, de vocabulário requerido e de complexidade gramatical envolvida.
A leitura e escrita de textos devem ser introduzidas na medida em que as crianças tenham demonstrado fluência no nível da palavra e da sentença.
A comparação dos documentos revela contrastes chocantes, com respeito à prática de leitura no inicio da alfabetização.
O Currículo Nacional para o Inglês deixa claro que: os educandos devem ser ensinados a: Discriminar entre os sons individuais das palavras; Aprender as letras e as combinações de letras mais usualmente empregadas para escrever aqueles sons; Ler palavras pronunciando cada som separadamente e combinando esses sons; Escrever palavras por meio de combinações de formas escritas correspondente aos sons.
Enquanto, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Brasil estabelecem as seguintes atividades como “Prática de leitura”:Escrita de textos lidos pelo professor;Atribuição de sentidos, coordenando textos e contexto (com ajuda);Utilização de indicadores para fazer antecipações e inferências em relação ao conteúdo (sucessão de acontecimentos, paginação do texto, organização tipográfica, etc...);Emprego dos dados obtidos por meio da leitura para confirmação ou retificação das suposições de sentido feitas anteriormente;Utilização de recursos para resolver duvidas na compreensão: consulta ao professor ou aos colegas, formulação de uma suposição a ser verificada adiante, etc...;Uso de acervos e bibliotecas:Busca de informações e consulta a fontes de diferentes tipos (jornais, revistas, enciclopédias, etc)com ajuda;Manuseio e leitura de livros na classe, na biblioteca e, quando possíveis empréstimos de materiais para leitura em casa;Socialização das experiências de leitura.
Então, fica claro, os PCNs brasileiros precisam ser revistos urgentemente, e os parâmetros britânicos e norte-americanos podem contribuir para aperfeiçoá-los substancialmente.
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